sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Porcalhota vs. Amadora

"A Porcalhota, que esteve na origem da Amadora, foi um topónimo que a tradição oral atribui ao apelido de Vasco Porcalho, comendador-mor da Ordem de Avis e protagonista da Batalha de Aljubarrota. Não há documentação específica conhecida da ligação deste Vasco Porcalho à Porcalhota, mas esta ligação só pode ter ocorrido antes da crise de 1383-1385 em que Vasco Porcalho foi protagonista. As suas propriedades estendiam-se até ao sopé da Serra de S. Marco. Partidário do Reino de Castela, Vasco Porcalho fugiu para Cáceres após a derrota dos castelhanos na Batalha de Aljubarrota. Pensa-se que era casado em Portugal e aqui teria deixado a mulher e a filha, a quem a tradição atribui a origem do topónimo."
 
"Incialmente designada como Porcalhota, foi renomeada, por despacho de 28 de Outubro de 1907, e a pedido da população local ao rei D. Carlos, como Amadora. O espaço da Porcalhota fizera parte da freguesia de Benfica, em Lisboa, mas na sequência das reorganizações administrativas do fim do século XIX, passou para o concelho de Oeiras, como lugar da freguesia de Carnaxide, da qual se desmembrou em 17 de Abril de 1916, e tendo como orago Nossa Senhora da Conceição.

Em 24 de Junho de 1937, a Amadora foi elevada a vila e, continuando a sende de desenvolvimento, tornou-se sede de concelho (11 de Setembro de 1979) e, dias mais tarde, foi elevada a cidade (17 de Setembro de 1979). Nesse mesmo dia, a freguesia da Amadora foi extinta, dando lugar a sete novas freguesias: Alfragide, Brandoa, Buraca, Damaia, Falagueira-Venda Nova, Mina e Reboleira."
 
A história recente da cidade da Amadora está intimamente ligada à construção da Linha de Sintra. Inaugurada em 1887, a Linha de Sintra ligava as estações de Alcântara-Terra a Sintra, numa extensão total de 27.2 km. Em Junho de 1891 era inaugurado o túnel do Rossio, passando esta estação a ser ponto de partida e chegada de alguns comboios.

Em 6 de Abril de 1955, foi assinado o contrato de electrificação da Linha de Sintra, e do troço entre Lisboa e Carregado da Linha do Norte.
A electrificação da Linha de Sintra foi inaugurada oficialmente em 28 de Abril de 1956, tendo a cerimónia sido integrada nas comemorações do centenário dos caminhos de ferro em Portugal. Em Abril do ano seguinte, entraram ao serviço as primeiras automotoras eléctricas da Linha de Sintra, da Série 2000.
 
Segundo dados do I.N.E., em 1890 residiam na Amadora (então denominada de Porcalhota) cerca de 1500 pessoas. E 1960 este número ascendia já a cerca de 50.000 tendo duplicado em 10 anos e triplicado em 1980 (cerca de 160.000 habitantes).


O crescimento desenfreado dos suburbios de Lisboa levou a um crescimento exponencial da procura de transporte ferroviário. A CP nem sempre conseguiu acompanhar esta procura, sendo a oferta de lugares quase sempre deficitária. Nos anos 80 do século passado era frequente ver comboios completamemte apinhados e com passageiros literalmente pendurados nas portas e janelas.



Em 17 de Maio de 1997, celebraram-se os 40 anos da electrificação desta Linha, tendo sido realizado um serviço especial até Sintra, efectuado por uma composição formada por uma locomotiva da Série 2500 e várias carruagens Schindler; a locomotiva foi substituída, na Estação de Agualva-Cacém, pela locomotiva a vapor número 14, que continuou a viagem até Sintra. Após uma visita aos Elétricos da Praia das Maçãs, o regresso até à Estação Ferroviária de Lisboa-Santa Apolónia foi efectuado numa composição traccionada pela locomotiva a vapor 0187. A comitiva incluiu o então Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio, e o Presidente da Câmara Municipal de Sintra.

 
Nota 1: este blog não representa qualquer organização, empresa ou tendência ferroviária. É apenas e só um espaço de opinião.
Nota 2: as fotos que ilustram este artigo estão identificadas com o nome do autor e quando aplicável, com a referência onde foram encontradas.  
Nota 3: A "Linha de Lisboa a Cintra e Torres Vedras" é hoje denominada de Linha de Sintra (entre Rossio e Sintra) e Linha do Oeste (entre o Cacém e Figueira da Foz).
 
 
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